Porém, mesmo essa instituição cultivando os princípios mais nobres do pensamento humano, essa já foi atacada em vários momentos da história por seitas, religiões e monarcas.
A maçonaria por ser uma instituição milenar passou por vários períodos e durante esse tempo foi moldando aos vários sistemas políticos, religiosos e geográficos do mundo.
Segundo o ritual do aprendiz do G.O.B do rito brasileiro, a maçonaria passou por três fases distintas, Quais sejam: a maçonaria primitiva ou dos augustos mistérios, maçonaria operativa ou dos construtores vinda da antiga Roma ao século XVIII, e a maçonaria especulativa ou atual iniciada em 1717, com fundação da Grande Loja de Londres.
Os construtores de catedrais e monumentos sejam eles régios ou religiosos, reuniam-se em meio aos seus instrumentos de trabalho secretamente em suas oficinas para deliberarem sobre questões dos mais variados temas, pelo que sua secretitude tinha o intento de preservar os segredos matemáticos e geométricos que esses faziam na pedra bruta para as grandes construções a eles confiados.
Segundo Joseph Fort Newton sobre esse tema às fls. 130-140:
Antigamente, os Maçons construíram as grandes catedrais, removendo pedras e desenhando triângulos, quadrados e círculos, aos quais atribuíram significados místicos.
Por isso não é estranho que os homens santificassem a ciência que fazia vislumbrar a unidade de uma ordem existente no Universo.[1]
Por volta do século XVIII, com o declínio da necessidade das grandes obras, declínio originado pela falta de investimentos de grande porte, essas associações de pedreiros foram perdendo sua força econômica e política, pelo que foi necessário para a sobrevivência dessas associações admitir pessoas de outras profissões que não eram ligadas a construção civil, bem como foram admitidos também, grandes pensadores do iluminismo fato que tornou a maçonaria não só um depósito de conhecimento mas de transformação da sociedade daquela época. “Quando a Maçonaria deixou seus trabalhos físicos de edificação e abandonou os instrumentos de trabalho, os símbolos que tinham influído na religião dos trabalhadores se converteram na linguagem com os pensadores manifestaram sua ideologia”. [2]Em um período conturbado da Europa, quando os religiosos se debatiam em questões meramente formais e niilistas, quando “a religião parecia ter desaparecido, pois bastava mencioná-la para se provocar o riso” [3]. Os Maçons operativos e os aceitos, que na realidade já eram a maioria dentro das associações de construtores, vislumbrando uma grande necessidade de trazerem para a sociedade daquela época dominada pelo alcoolismo, falta de temperança e de moral prostituída, por bem, em 24 de junho de 1717, na Inglaterra iniciou-se um movimento maçônico de unificação e decidiram-se declarar pública a sua existência, com o fito de trazer de volta a fraternidade e a moral aos homens.
Segundo ainda Newton sobre esse tema:
A organização da Grande Loja da Inglaterra, em 1717, foi, sob qualquer ponto de vista, um fato importantíssimo, que não somente constituiu a linha divisória entre o ontem e o amanhã, mas o início de uma nova era, um marco na história intelectual e espiritual da Humanidade.
Não sendo sectários em matéria religiosa, os Maçons não tomavam partido na política, e tinham como fundamento comum o amor à pátria, o respeito à lei e à ordem e o desejo de que se melhorasse o bem-estar da Humanidade.[4]
Essa unificação se iniciou através de um movimento iniciado através de 04 lojas inglesas, todas sediadas em Londres, que possuíam nomes de tavernas e cervejarias, locais de encontros entre os antigos maçons aceitos bem como os operativos, até mesmo por falta de locais melhores, que eram os seguintes locais: Cervejaria do Ganso e da Grelha, Cervejaria da Coroa, a Taverna da Macieira e a Taverna do Copázio e das Uvas[5].
A unificação dessas lojas, que foi denominada Grande Loja da Inglaterra, sendo que seus encontros seriam trimestrais, apesar de todas as lojas manterem sua individualidade. Essa união para existir e se nortear observou algumas das “Antigas Obrigações Maçônicas”, muito mais antigas que os famosos Landmarks de Mackey entre outros documentos que foram criados, como a constituição de Anderson, também um maçom aceito.
A idéia de unificação, bem como de uma associação de homens com o intuito de moralizar a sociedade e seus governantes, sendo que a idéia foi facilmente aderida pelos franceses e depois toda a Europa.
Dentro dessa perspectiva, hoje a maçonaria se tornou universal, sendo que pessoas do universo inteiro, sejam elas profissionais liberais, sejam eles das áreas de biomédicas, advogados, juristas, comerciantes, engenheiros e arquitetos, bem como, homens simples, seja qual for sua profissão, sendo que, todos que são convidados a utilizar o avental maçônico, fonte de orgulho e responsabilidade, possuem o mesmo ideal, cultivar o conhecimento científico banindo as superstições, exercitar a moral, a fraternidade e a tolerância. Pois, segundo Gert Egon: “os homens justos são considerados Colunas que sustentam o edifício da sociedade”.
Essa é a herança deixada pelos maçons que participaram desse importante movimento maçônico, que até hoje perdura no seio de todas as sociedades civilizadas.
[1] NEWTON, Joseph Fort. Os maçons construtores.Uma história e um Estudo sobre a maçonaria. Trad. João Nery Guimarães. Londrina: Editora A Trolha, 2000.p.141-130
[2] Ibidem. p.129
[3] Ibidem. p.143
[4] Idem. p.142-145
[5] FRISCHKNECHT. Ir.: Gert Egon. A Dúvida. In Cadernos de pesquisas maçônicas, n.17.1ª ed. Londrina: Editora A Trolha, 2000.p.119