O INÍCIO DA MAÇONARIA NO BRASIL

Alexandre de Oliveira Machado

      Antigos documentos revelam que a Maçonaria surgiu no Brasil por volta de 1786, quando da instalação das Lojas na Província das

Minas Gerais, sob a inspiração de Alves Maciel que , estudante em Coimbra, lá se iniciara, tendo posteriormente freqüentado as Lojas de Londres e Paris.
Voltando ao Brasil, Alves Maciel e outros adeptos fundaram Lojas em Vila Rica (atual Ouro Preto) e no Tijuco (Diamantina).
          Em 1797, aparece   na Barra  (Bahia) a sociedade secreta denominada “Cavaleiros da Luz”.
            No ano de 1801, instala-se no Rio de Janeiro, a Loja Reunião; existindo em RECIFE, AS Lojas Pernambuco do Ocidente e a Loja Restauração do Patriotismo. Sabe-se que a Loja Reunião, no Rio, trabalhava no rito Adoniramita e  que , no dia cinco de Julho de 1802, foi instalada na Bahia a Loja  Virtude e Razão, adotando o rito Moderno.
            Em 1804, o Grande Oriente Lusitano, envia delegado ao Brasil, sendo fundadas no  Rio, a Loja Constancia e Filantropia e a Loja  Emancipação.
          Em 1806, o vice Rei, Conde de Arcos, proibiu a Maçonaria no Brasil, levando as Lojas a abaterem colunas.
             Trabalhando as ocultas, os obreiros tentavam reerguer as  colunas  adormecidas. Em 1808, coma vinda da corte para o Brasil, os Irmãos  se  reuniram e fundaram a Loja de São João de Bragança, cujo quadro faziam parte alguns funcionários do Paço. Surge, a seguir, em 1.812, a Loja Distintiva, segue-se lhe em 1.815, a Loja Comércio e Artes. Essas Lojas tiveram vida curta, a política e espionagem, nelas infiltradas, levaram-nas ao fechamento.
              Com espírito de fraternidade, os adeptos não perdiam as esperanças, iam em frente, em silencioso trabalho, e assim em 1821 conseguiram reiniciar os trabalhos da Loja Comércio e Artes. Esta, em 1822, enseja o funcionamento de duas outras lojas: União e tranqüilidade e Esperança de Niterói.
               Uma Assembléia  geral, em 17 de junho de  1822, deliberou e instalou o Grande Oriente do Brasil.
                No dia 4 de Outubro de 1822, o Príncipe D. Pedro, que havia sido iniciado e elevado a Mestre  da Loja Comercio e Artes, com pseudônimo de Guatimozim, empunhava o Malhete de Grão Mestrado.
                Desentendimentos políticos entre liberais tendo à  frente Joaquim Gonçalves  Ledo,, e absolutistas  chefiados por José Bonifácio, entravam os passos da nova potência Maçônica. Tal estado de coisas levou o Grão Mestre a determinar o fechamento do Templo, em 29 de outubro de 1822.
                  Com a abdicação do Imperador  D. Pedro I, em 7 de Abril de 1831; o Grande Oriente do Brasil volta às atividades, sendo Grão Mestre nessa ocasião: José Bonifácio.
                 Em 1829, surge uma nova potência – o  Grande oriente Nacional Brasileiro, com sede  na rua Santo Antônio, passando posteriormente  a ser  conhecido por Grande Oriente do Passeio, por ter transferido sua sede para esta rua. Novas lutas surgiram já que as duas  obediências entraram em choque na disputa de direitos à legalidade.
                  Em 1832, Francisco Ge de Acabaia, Visconde de Jequitinhonha, instala  a Loja Educação e Moral, no Rito escocês Antigo e Aceito.
                    Em 1842, algumas lojas do Grande Oriente do Passeio se transferiram para o Grande Oriente do Brasil.
                     Em 1863, surge um outro Oriente, o dos Beneditinos, fundado por Saldanha Marinho e outros irmãos. Em 1872, houve a fusão do Grande Oriente do Lavradio e o dos Beneditinos que passaram a constituir o Grande Oriente Unido do Brasil, cuja  Constituição e  Estatutos proclamavam o Rito Escocês Antigo e Aceito, o Rito Moderno o      Francês ,o Rito Adoniramita e demais Ritos em harmonia com os princípios maçônicos e a disposições constitucionais. Em 1883, os Orientes dissidentes chegaram a um acerto e voltaram ao seio da legítima Ordem, na rua do Lavradio.