O estandarte da Aug.: e Resp.: Lj.: Simb.: Marcius da Anunciação Dias possui seu próprio estandarte, como toda loja maçônica, com as cores predominantes, azul e dourada. Essas cores transmitem para aquele a vê tranqüilidade, harmonia e serenidade. “A cor Azul simboliza a universalidade do espírito maçônico, é a cor adotada pelo rito Brasileiro em suas Lojas Simbólicas. A cor Dourada é a cor que reflete da Luz do Sol, que é a luminária terrestre que ilumina o Oriente.”.
E, ainda conforme explicação feita pelo Ir.: Marlúcio de Oliveira, sobre o estandarte, procurou-se representar alguns símbolos do templo maçônico bem como sua simbologia.
A insígnia da loja, na realidade reflete o próprio templo maçônico, sendo que essa se apresenta tridimensionalmente demonstrando o oriente, onde a luz do Sol nasce, como o ocidente, quando a luz do dia morre.
No plano inferior, encontramos o pavimento mosaico feito com quadrados em preto e branco comum em todas oficinas maçônicas, significando antes de tudo, a dicotomia do homem, o contraste das coisas profanas, o bem e o mau, o sim e o não, o dia e a noite, a vida e a morte.
A maçonaria e, portanto, a Lj.: Marcius da Anunciação Dias, é uma instituição que tem por fim último à harmonização entre os diferentes, ou seja, na diferença criamos do todo, a unidade e a união sobre todos os assuntos que dividem os homens.
Sobre o pavimento mosaico existe a celeuma de como esse deve ser disposto, em forma de losango ou em forma de quadrado?
O Ir.: Joaquim da Silva Pires, em seu livro, Um estudo Ritualístico de Primeiro Grau , o correto é se dispor em forma de quadrado, vez que, o losango na realidade não possui ângulos retos como o quadrado que representa a igualdade entre os irmãos dentro da maçonaria. Como ensina o irmão supra citado: “A disposição desses ladrilhos, alternados define linhas retas que servem para regular os passos dos Ir.:. Assim, o iniciado, livre das misérias profanas, é posto a pisar sobre pedras lavradas e a andar com passos dirigidos e firmes, pois, reto é o passo do Ap.: e reto é o seu caminho.”
Aos lados aparecem as colunas em estilo dórico, coluna muito utilizada pelos gregos em suas construções, contendo em seu centro, ao sul, a letra B.:, a palavra sagrada do aprendiz, significando a alegria. No cume da coluna B.: está disposto o globo com a constelação do Cruzeiro do Sul, que fica no centro da abobada celeste, ao norte, encontramos a coluna com a letra J.: em seu centro, e, em seu cume encontramos uma abóbada terrestre. A abóbada celeste significa o mundo espiritual e a abóbada terrestre significa o mundo material.
O Irmão Marlúcio de Oliveira, um dos idealizadores do estandarte, nos diz:
[...] os quatro primeiros degraus, de cor mais clara, que no Rito Brasileiro dão acesso ao Oriente, obedecem a uma vasta simbologia que envolve o número quatro nas tradições religiosas, filosóficas e místicas de antigas civilizações: entre os judeus, o nome de Deus se escreve com quatro letras IEVE, e os gregos o denominam Tetragramation, ou seja, “o nome de quatro letras”, na Índia é simbolizado pelo lotus de quatro pétalas, que é o símbolo da evolução corpórea. Os quatro (degraus) simbolizam a Terra: Norte, Sul, Leste e Oeste.
Na Iniciação Maçônica há um destaque simbólico importante dos quatro elementos aristotélicos: Água, Fogo, Terra e Ar.
Os três degraus seguintes, mais escuros, que se sobe ao estrado onde se encontra o Sólio ou Trono do Venerável, além de toda simbologia e o misticismo que envolve o número três na Maçonaria através dos ternários, tríades e trilogias conhecidas, na Loja de Aprendiz, eles representam fundamentalmente: Sapientia, Salus e Stabilitas, ou Sabedoria, Força e Beleza, que são atributos do primeiro escalão da Loja, Venerável, 1º e 2º Vigilantes. Esotericamente representam sucessivamente o plano Físico ou Material; o plano Intermediário ou Astral; o plano Psíquico ou Mental, que correspondem à divisão ternária do ser humano em Corpo, Alma e Espírito.
No centro do estandarte, encontra-se o timbre da loja, ou selo, marca, carimbo, com um esquadro sobreposto a um compasso, o esquadro para o grau de aprendiz maçom é símbolo da retidão e também da ação do homem sobre a matéria e da ação do homem sobre si mesmo. Lembrando que devemos regular a nossa conduta e as nossas ações pela linha reta e pela régua maçônica, pelo temor a Deus a quem temos de prestar contas das nossas ações, palavras, pensamentos simbolizando a moralidade. O compasso, no 1º grau da maçonaria, simboliza o espírito do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas. Também pode ser considerado como símbolo da perfeição, vez que, esse instrumento para os antigos construtores, é hábil para se fazer círculos perfeitos.
Sobre o compasso esclarece o Ir.: Marlúcio de Oliveira, que também significa o comedimento nas buscas, já que traçando círculos, delimita um espaço bem definido. No plano místico é a representação da espiritualidade. Entrelaçados, na interpretação mística da posição no primeiro grau, o esquadro ocultando as bases do compasso significa que o Aprendiz, ainda imperfeito e no início de sua caminhada em direção a luz, a materialidade suplanta a espiritualidade.
No centro do timbre encontramos o olho onividente, ou seja, o olho que tudo vê. Esse amuleto antigo do Deus mítico oriundo do Egito, que perdeu seu olho em uma batalha, sendo que segundo a lenda de Osíris, na sua vingança, Set arrancou o olho esquerdo de Hórus que foi substituído por um amuleto, que não o dava visão total, então colocou também uma serpente sobre sua cabeça. Depois da sua recuperação, Hórus pôde organizar novos combates que o levaram à vitória decisiva sobre Set.
O Olho direito de Hórus representa, a informação concreta, factual, controlada pelo hemisfério cerebral esquerdo. Ele lida com as palavras, letras, e os números, e com coisas que são descritíveis em termos de frases ou pensamentos completos. Ele aborda o universo de um modo masculino.
Como centro do olho de Hórus encontramos o Sol, o astro rei, que irradia a luz garantindo a vida no planeta terra, podendo ainda simbolizar o conhecimento, a razão e a ciência, vez que retira o iniciado da ignorância do mundo profano significando também a sabedoria do Supremo Arquiteto do Universo.