OS CAVALEIROS TEMPLÁRIOS

ALAN MORAIS DINIS

I – SUMÁRIO:

O objetivo do presente trabalho é dissertar, de forma sintética e objetiva, sobre a origem, seus objetivos, e a

queda dos Cavaleiros Templários, sem a pretensão de querer esgotar o tema, vez que, tamanho o acervo histórico e místico que envolve o tópico.

II – A ORIGEM:

Os relatos dão conta que a Ordem dos Cavaleiros Templários foi fundada em 12 de junho de 1118, em Jerusalém, por Hugo de Payns e Godofredo de Saint-Omer.

Foi criada, segundo a história, para defender Jerusalém dos infiéis, guardar o Santo Sepulcro e proteger os peregrinos que faziam o caminho à Terra Santa.

Diz também que a Ordem dos Cavaleiros Templários iniciou-se com a morte do Rei Balduíno I, em 1.118, e que seu primo, o Conde de Edessa que o sucedeu tornando-se o Rei Balduíno II.

Ascendido ao trono o Rei Balduíno II, um grupo de nove cavaleiros pediram sua aprovação para criação de uma nova ordem que seria chamada de Pobres Soldados Companheiros de Jesus Cristo, ou, os Pobres Cavaleiros de Cristo.

Os líderes dessa ordem, até onde podemos discernir de registros históricos incompletos, eram um cavaleiro da Champagne – Hugo de Payns, que lutara na Primeira Cruzada, e que foi o primeiro Grão-Mestre dos Templários; e outro cavaleiro Francês – Godofredo de Saint-Omer, da Picardia.

O Rei Balduíno II ficou feliz em aceitar essa proposta e deu aos Cavaleiros acomodações em uma construção que ficava no suposto local do Templo de Jerusalém. Foi devido a essa localização que a ordem logo se tornou conhecida como Cavaleiros do Templo de Salomão, ou Cavaleiros Templários.

A ordem que esses soldados e sete outros companheiros iniciaram era rígida e altamente religiosa, com inúmeras regras. Todos os cavaleiros faziam votos de obediência, castidade e pobreza, além disso, estavam proibidos de cortar a barba, não conversavam durante as refeições, e eram obrigados a usar um manto branco. Tinham permissão para comer carne apenas três vezes por semana; dormiam em colchões de palha e não traziam decorações em suas roupas.

A pobreza da Irmandade é representada pela insígnia dos dois cavaleiros, montados num só cavalo. E em 1145, o Papa Eugênio III lhes concede como distintivo, a Cruz Vermelha, que foi inicialmente usada do lado esquerdo do manto, e mais tarde, também no peito.

Assim, estava fundada a Ordem dos Templários, que de um grupo de nove cavaleiros se transformaria em pouco tempo em um exército de milhares. Eles se denominavam a Ordem dos Pobres Cavaleiros do Templo de Salomão, em resumo, Templários.

III – OS OBJETIVOS:

Chamada de "Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão", a Ordem dos Templários foi criada, supostamente, para defender Jerusalém dos infiéis, guardar o Santo Sepulcro e proteger os peregrinos que faziam o trajeto à Terra Santa, conforme já mencionado anteriormente.

Dentre suas principais funções eram apenas andar pelos territórios cristãos que foram conquistados. Eles, ao longo da história, empenharam-se para defender sempre o cristianismo, e como tinham uma conduta muito correta, os lugares que guardavam eram sempre muito seguros e todos os lugares protegidos pelos Cavaleiros Templários eram considerados um oásis, uma maravilha do mundo, o lugar perfeito.

Com o passar do tempo eles foram adquirindo uma aura mística de poder. Além de suas habilidades em batalha e de sua dedicação mística monástica, o mito do imenso poder desta ordem foi reforçado pela própria sede dos Cavaleiros Templários, que consistia em uma parte de um antigo templo judeu onde outrora já estivera a Arca da Aliança, onde o próprio Jesus havia entregado seus ensinamentos.

Foi neste lugar sagrado, no Templo de Salomão, que os templários encontraram aquilo que pode ter moldado definitivamente o seu destino. Segundo as lendas, por baixo do antigo templo, os Cavaleiros fizeram uma das mais notáveis descobertas de todos os tempos.

De posse de um antigo pergaminho que fornecia a localização de antigos tesouros judeus, eles passaram nove anos cavando túneis até encontrarem, entre tantas outras coisas, o Santo Graal.

Na Idade Média, o Graal é tema de incontáveis lendas e canções, figurando como a taça que Jesus utilizou na última ceia com seus apóstolos, o evento que inaugura o principal dos sacramentos do Cristianismo. Além disso, o Santo Graal teria sido o recipiente que José de Arimatéia utilizou para colher o sangue de Cristo, no momento da sua crucificação.

Contudo, existem também especulações de que os Templários teriam encontrado um livro com um registro dos descendentes de Jesus em seu suposto matrimônio com Maria Madalena. De acordo com esta teoria, a palavra Santo Graal seria na verdade uma expressão levemente alterada, que em sua origem significaria Sangue Real, numa referência aos filhos de Jesus.

Para muitos, a teoria do Sangue Real como a fonte de poder dos Cavaleiros Templários faz mais sentido do que a de uma relíquia. Todavia, provar que Jesus casou e teve filhos balançaria os fundamentos do cristianismo e ameaçaria toda a estrutura de poder da Europa medieval. Certamente, a Igreja pagaria qualquer preço para suprimir esta informação.

Portanto, como se pode observar, há inúmeras teorias que envolvem os verdadeiros objetivos da Ordem dos Templários.

IV – A EXTINÇÃO DA ORDEM DOS TEMPLÁRIOS:

Na França do século XIV, temos um dos mais interessantes fatos ligados a essa experiência histórica ao observarmos o conflito travado entre o monarca Filipe IV, o Belo, e os integrantes da Ordem dos Cavaleiros Templários. Nessa época, essa ordem religiosa criada pela Igreja havia se enriquecido por meio do importante papel militar desempenhado nas Cruzadas. Na França, se tornaram politicamente influentes e controlavam um expressivo número de terras.

Ambicionando a riqueza templária, o rei Filipe IV tentou se filiar à ordem sem obter o esperado sucesso. Com isso, decidiu instaurar uma abnegada perseguição religiosa acusando os integrantes dessa Ordem de praticarem rituais e difundirem crenças afastadas dos dogmas previstos pela Santa Sé. Pressionando o papa Clemente V, o rei da França conseguiu materializar um processo jurídico em que os templários seriam julgados pelos crimes que supostamente cometiam.

Durante o processo, o rei tentou impedir o depoimento de alguns dirigentes templários que poderiam influenciar na tomada de uma decisão em seu favor. Apesar de toda pressão real, o papa Clemente V e os demais cardeais que apreciaram o caso decidiram absolver completamente os templários de qualquer tipo de acusação. Contudo, haviam de fato algumas tradições entre os templários que puderam justificar a perseguição interesseira de Filipe IV.

Em seus rituais de iniciação, os templários deveriam se submeter a uma sessão em que cuspiam na cruz e trocava alguns beijos com o preceptor que o introduzia na Ordem.

Apesar de exótico, o papa conseguiu compreender que o estranho ato era comum a um grupo militar onde a questão da lealdade era fundamental. Além disso, a compreensão de Clemente V se assentava no fato dos templários não renegarem nenhuma das liturgias católicas.

Apesar de a decisão ter frustrado os planos monárquicos, a tensão e a desconfiança cultivada com o incidente motivaram o Papa a organizar uma assembleia pública, em 1308, onde dizia que a situação dos templários seria resolvida em um concílio que ocorreria dois anos mais tarde. Até aquele momento, parecia que a indefinição papal serviria para se acalmar os ânimos e deixar que a Ordem dos Templários seguisse seu próprio rumo.

Contudo, Filipe IV resolveu protagonizar mais um novo incidente que abalaria a situação entre a monarquia e a Igreja. Naquele mesmo ano, o rei acusou, julgou e condenou à morte na fogueira o Bispo de Troyes. Tal ação autoritária visou coibir os mais poderosos bispos da França a apoiarem o monarca francês. Caso contrário, iriam comprar uma guerra que poderia ameaçar seriamente a unidade religiosa católica no interior da Europa.

Intimidado com a retaliação promovida pelo rei, o papa Clemente V se viu em uma situação desconfortável: ou preservava a unidade cristã, ou compraria uma cara briga para defender os templários. Por fim, no Concílio de Vienne (1311 - 1312), o chefe supremo da Igreja anunciou a extinção da ordem religiosa por meio de ação administrativa. Com esse precedente, Filipe IV pôde prender, saquear e matar todos os Cavaleiros Templários presentes na França.

Em pouco tempo, Jacques de Molay, considerado o último dos grão-mestre dos Templários, foi levado à fogueira em uma pequena ilha do rio Sena. Segundo o relato de um escritor da época, antes de morrer Molay profetizou que Filipe IV e Clemente V seriam julgados por Deus pela injustiça que haviam cometido. Poucas semanas depois, o rei da França e o Papa faleceram. Tal coincidência, ainda hoje, nutre os mitos que falam sobre os segredos e mistérios da Ordem dos Templários.

ALAN MORAIS DINIZ – CIM N.º: 289.992

Fontes de Pesquisa:

http://cavaleirosdotemploxxvi.blogspot.com.br/2010/09/ordem-dos-cavaleiros-templarios.html?m=1

http://www.sgi.org.br/escolas-esotericas/a-origem-do-poder-dos-cavaleiros-templarios/

http://pessoas.hsw.uol.com.br/maconaria1.htm

http://www.historiadomundo.com.br/francesa/o-julgamento-dos-cavaleiros-templarios.htm

HAAG, Michael. Os Templários. História e Mito. Ed. Prumo, 2009.

READ, Piers Paul. Os Templários. Ed. Imago. 2001.

YOUNG, Jonh K.. Locais Sagrados dos CAVALEIROS TEMPLÁRIOS. Ed. Madras. 2005.